segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Educar é Ensinar a Viver: Principais Considerações


Educar é Ensinar a Viver

Programa de Capacitação de Pais e Educadores
para uma Cultura de Paz: Primeira e Segunda Infância


Principais Considerações
(Resumo das Palestras)
 



 


Por Luis Henrique Beust



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Módulo 1
As Duas Pessoas mais Importantes na Vida dos Filhos
v  Há cerca de seis bilhões de seres humanos sobre a face da terra que podem ser, para nossos filhos, seus melhores amigos, parceiros, colegas, namorados, mestres e companheiros de caminhada... Mas apenas dois podem ser seus pais. E estes são os dois mais importantes seres humanos em suas vidas.
v  Nenhum ser humano tem tanta influência na formação da criança quanto seu pai e sua mãe. Uma influência que pode ser uma grande bênção, ou um fardo inimaginável. Que se dá tanto através da presença, quanto da ausência. Tanto para as coisas boas, quanto para as más.
v  Assim como cada criança necessita de um pai e uma mãe para ser gerada, a boa educação exige dois progenitores: amor e sabedoria. Geralmente, o amor é algo que nasce naturalmente com o nascimento dos filhos. Pode ser considerado uma bênção gratuita. A sabedoria, ao contrário, precisa ser adquirida através da observação, da informação, da intuição, do diálogo, da empatia, do estudo e da meditação. Também é uma bênção, mas nasce de nosso esforço e dedicação.
v  Vale lembrar, porém, que não há sabedoria que nasça sem amor. O amor é a raiz da árvore onde a sabedoria é o tronco. Por isso, os pais precisam garantir que seu amor pelos filhos seja sempre renovado a cada novo estágio de desenvolvimento das crianças, cada qual com seus desafios, alegrias, perigos e gratificações característicos. É esse amor que garante a mobilização das forças necessárias para a aquisição da sabedoria e para a construção de um relacionamento pleno de satisfação e significado.
v  O amor por nossos filhos, e deles por nós, é como descobrir um novo continente. Um continente a ser explorado, conhecido e habitado, com todas as suas maravilhas e desafios, riquezas e perigos, montanhas e planícies, desertos e mares... Este novo continente passará a fazer parte do mundo que já conhecemos e com o qual estávamos acostumados.
v  Com nossos filhos, em formas não-verbais e em dimensões quase que incomunicáveis:
a.     passamos a compreender melhor a maravilha e o desafio da interação com o próximo;
b.     podemos compreender melhor nossa própria fragilidade;
c.     podemos compreender melhor nossas próprias vitórias;
d.     passamos a compreender melhor nosso despreparo e insegurança na educação dos filhos.
v  Justamente porque a relação com nossos filhos será influenciada pela qualidade de todas as nossas outras relações, deveríamos aproveitar o seu nascimento para procurar analisar, diagnosticar e, na medida do possível, tratar, curar e harmonizar todos os demais laços: com o cônjuge, os pais, os irmãos, parentes, amigos, etc. Ao fazermos isso, estaremos, de forma natural, dinâmica e sutil, atuando também sobre a qualidade do relacionamento com nossos filhos.
v  Dentre as relações, a que estabelecemos com o cônjuge é de extrema importância para definir o clima geral de como lidamos com as crianças. Ela é a mais importante relação dentro da família. Fica muito mais difícil quando a relação conjugal não é boa. A tendência, nesses casos, é que as crianças se tornem:
a.     bodes-expiatórios do conflito entre os pais, recebendo muito da agressividade, do desrespeito, da desatenção e do desamor que um parceiro sente pelo outro.
b.     pomos-da-discórdia, quando as crianças são usadas para intensificar os ataques mútuos, quando os pais discordam frontalmente com relação a aspectos como a disciplina, aparência e comportamento da criança. Ou quando cada um dos pais tenta conquistar para si uma medida maior do amor do filho, às custas do cônjuge;
c.     tábuas-de-salvação, quando cada um dos pais, por carência de afeto e amor na relação conjugal, busca fazer do filho um companheiro e obter dele o afeto, consolo e apoio que deveria receber do cônjuge. O filho se torna um provedor de afeto, sendo levado a cuidar do bem-estar emocional do pai ou da mãe, em vez de ser cuidado por eles. Nesses casos, os pais tendem a ser excessivamente indulgentes, protetores, íntimos e dependentes com relação aos filhos.


Módulo 2
A Natureza do Amor Entre Pais e Filhos e a Comunicação do Amor: Olhar e Toque
v  O amor não é só um sentimento, mas uma força que produz ações e transformações quando é adequadamente comunicada.
v  A comunicação do amor é tão importante quanto o sentimento do amor. Sem a comunicação eficaz, o amor não é sentido e não produz efeito.
v  A comunicação do amor, como toda comunicação, possui quatro elementos básicos: 1) o emissor; 2) a mensagem; 3) o código (forma como a mensagem é transmitida); e 4) o receptor.
v  Enquanto os adultos se apóiam muito na comunicação verbal, o código das crianças é não-verbal.
v  O comportamento diz mais sobre o amor do que as palavras, especialmente para as crianças.

v  Não se preocupem por seus filhos não darem atenção ao que vocês dizem. Preocupem-se por eles observarem tudo o que vocês fazem!
v  O amor ideal, que deve servir de base para a educação e disciplina das crianças é o amor incondicional. Ele precisa ser exercitado continuamente.
v  Lembre-se constantemente de que: 1) as crianças são crianças; 2) elas agem como crianças; 3) grande parte do comportamento infantil é desagradável; 4) o amor incondicional capacita a criança a abandonar o comportamento desagradável; 5) o amor condicional gera insegurança, baixa auto-estima e impede o progresso no autocontrole e amadurecimento; 6) o amadurecimento adequado dos filhos é tanto responsabilidade deles mesmos quanto dos pais.
v  Crianças são como espelhos: elas refletem, mas não iniciam o amor. Se recebem amor, retribuem. O amor incondicional é refletido incondicionalmente e o condicional, condicionalmente.
v  As necessidades emocionais das crianças são satisfeitas pelo olhar carinhoso, toque amoroso, atenção concentrada e disciplina amorosa. Quando emocionalmente supridas, as crianças são agradáveis e comportadas. O tanque emocional precisa estar cheio!
v  O mau comportamento é uma pergunta: você me ama? Você ainda me ama?
Olhar Carinhoso:
v  Os olhos não servem apenas para ver, mas também para alimentar-se. A alma da criança (e de qualquer ser humano!) é alimentada pelo olhar carinhoso dos demais.
v  Evite olhar nos olhos do filho apenas quando ele se comporta de uma maneira que lhe é agradável (amor condicional). Evite ainda mais apenas olhá-lo somente para mensagens negativas.
v  Olhe nos olhos de seu filho, com carinho, com regularidade, incondicionalmente. Olhe-o sempre nos olhos quando estiver conversando.
v  O olhar deve ser sempre confortável, gostoso (entrar e sair no tempo certo).
v  Quanto menor a criança, tanto mais ela necessita do amor dos olhos nos olhos. Com o tempo, o olhar carinhoso deve ser adequado à evolução da criança, mas será sempre necessário.
O Toque
v  Estudos mostram que a maioria dos pais só toca seus filhos quando a necessidade exige.
v  Todo tipo de contato físico amoroso é importante para encher o tanque emocional das crianças.
v  Crianças que não aprendem o toque amoroso tendem a ser violentas, a desconfiar do toque dos demais e a buscar a sexualidade prematura no anseio pelo toque prazeroso.
v  Toque seu filho com carinho regularmente: abrace, beije, faça cafuné, massagem, cosquinha...
v  O toque carinhoso é sempre registrado, mesmo sem palavras.
v  A regra básica do toque também é o conforto, deve ser sempre agradável.
v  A criança expressa sua angústia e sofrimento pelo mau comportamento. O remédio é o comportamento amoroso: olhar e toque com carinho!
v  Ocasiões especiais para o olhar e o toque são: quando os filhos se machucam (física ou emocionalmente), quando cansados, doentes ou em períodos especiais (sucesso especial, hora de dormir, luto, etc.).
v  Meninas têm necessidade imensa de olhar e toque por volta dos 12 anos de idade, especialmente dos pais (homens).



Módulo 3
A Comunicação do Amor entre Pais e Filhos: a Atenção e a Disciplina
v  As crianças não buscam nosso amor através do bom comportamento - elas testam nosso amor através do mau comportamento!
v  O comportamento dos pais diz muito mais sobre o amor do que as palavras.
v  A criança expressa sua angústia e sofrimento pelo mau comportamento. O remédio sempre é o comportamento amoroso: olhar e toque com carinho, atenção concentrada, disciplina amorosa!
v   A criança que é amada condicionalmente faz a vontade dos pais para conseguir o que ela quer! Ame incondicionalmente!
v  Crie uma forte imagem positiva de seu filho no futuro e seja leal a ela. Acredite nela. Nutra-a em sua alma. Imagens mentais são profecias que se autocumprem. Crer para ver!
Atenção Concentrada
v  A atenção concentrada de cada um dos pais é uma necessidade vital dos filhos - reservem tempo para isso. Não queira ser pedagógico, apenas divirta-se com seu filho. Isso é o mais pedagógico!
v  Reserve tempo para estar a sós com cada um dos filhos de tempos em tempos. Reveze a atenção de forma criativa (como deitar cada vez na cama de um deles para contar histórias, etc.)
v  No primeiro ano de vida, as necessidades físicas do bebê confundem-se com as necessidades emocionais. A mãe deve interromper tudo o que estiver fazendo para atender às necessidades do filho.
v  Olhe seu filho nos olhos e toque nele com carinho nos momentos de atenção especial. (Lembre-se da regra básica: precisa ser confortável!)
v  Planeje ocasiões que possam se tornar em momentos de atenção concentrada (um sorvete na ida ao médico, ajudar numa tarefa doméstica, assistir um filme, um jogo, contar histórias, etc.)
v  Esteja atento para aproveitar os momentos passageiros e as oportunidades que a vida oferece para a atenção concentrada: o relato de uma vitória do filho, o momento de ir para a cama, etc.
v  Crianças menos exigentes tendem a ser desatendidas pelos pais. Cuidado para não privilegiar sempre as que fazem maiores solicitações.
v  O vital é criar, junto com a criança, um momento mágico de cumplicidade e atenção especial: uma piscada de olho, um aceno, um cafuné especial, etc.
v  A necessidade de atenção concentrada aumenta com a idade.
Disciplina
v  Amor e disciplina estão interligados: fazer a criança sentir-se amada é o primeiro e mais importante aspecto da boa disciplina.
v  Sem se sentir amada a crianças reage negativamente aos pais e a seus valores. A resposta da criança à disciplina depende do quanto ela se sente amada.
v  A disciplina se dá através de todas as formas de comunicação: exemplos, influência, comandos, solicitações, ensino, experiências alegres. Castigo e punição são apenas a mais primitiva e negativa forma de disciplinar, e devem ser o último recurso.
v  Oferecer guia para a boa ação e o bom pensamento é uma forma mais eficiente de disciplinar do que punir pelas más ações.
v  Garanta à criança que você entende suas razões: repita suas palavras, parafraseie.
v  O descontrole emocional dos pais desperta desprezo e aumentam o desrespeito. O castigo exagerado cria crianças amedrontadas quando pequenas, mas desafiadoras e agressivas à medida que crescem.
v  O castigo corporal reduz drasticamente o sentimento de culpa e a criança não mais reflete sobre seu erro nem busca se corrigir.
v  Sempre trate o mau comportamento junto com as suas causas: o que a criança precisa? Contato visual? Toque? Atenção concentrada? Há algum mal-estar físico?
v  Não puna a criança genuinamente arrependida. Isso gera raiva e diminui o saudável mal-estar do arrependimento. O objetivo é corrigir a consciência, não o castigo em si. Uma consciência saudável é a melhor barreira contra o mau comportamento.
v  Saiba perdoar. A criança que não se sente perdoada sofrerá até à vida adulta.
v  O bom comportamento deve ser encorajado e solicitado, não comandado. Reserve os comandos para as emergências
v  Seja firme no estabelecimento de limites,  não do castigo. Pais cometem erros de julgamento: saiba aumentar ou diminuir o castigo. Peça desculpas pelos equívocos.
v  Sempre explique as razões para a punição e seja consistente: recompensa e punição devem ser conseqüência dos atos da criança,  não do  humor dos pais.
v  Adolescentes sempre testarão os limites. Seja inicialmente mais restritivo e gradualmente mais flexível. A independência deve ser conquistada através da maturidade.
v  O melhor corretivo é deixar o adolescente sofrer as conseqüências naturais de seu mau comportamento. Evite castigos adicionais.
v  Adolescentes necessitam do controle paterno. Mas as regras e restrições devem ter motivos práticos, não morais. Basta que sejam razoáveis.
v Estabeleçam a constituição e as normas do lar em conjunto. Sejam leais a elas e modifiquem-nas em conjunto quando necessário.



Módulo 4
Disciplina: o Futuro dos Filhos é um Reflexo do Lar
Disciplina na Primeira Infância:
v  A disciplina infantil é aprendida, e depende da maneira como os pais transmitem seu amor e suas regras de comportamento.
v  Estabeleça regras imutáveis, e seja firme nelas, apenas para aquelas coisas realmente essenciais (rimas ajudam: Sou muito boazinha e não atravesso a rua sozinha!).
v  Seja claro.
v  Seja coerente
v  Seja constante.
v  Seja seguro.
v  Sempre se esforce por educar, em vez de ditar ordens.
v  Jamais discipline a criança através da agressão física. Toda punição, ou sua ameaça, é de pouca serventia para impedir o mau comportamento. Em geral, só produz ressentimento.
v  A primeira e mais importante regra para disciplinar uma criança é a paciência. Evite reações intempestivas: “É muito jóia desenhar, mas fazer isso nas paredes não é correto e não quero mais que você faça isso”.
v  Ambos os pais precisam estar de acordo quanto às regras e normas disciplinares do lar.
v  Focalize o problema, não a criança, e apele tanto quanto possível para a razão.
v  Procure não ficar emocionalmente envolvido ou alterado durante confrontos disciplinares.
v  Quando apropriado, use o sossego como técnica disciplinar.
v  Se possível, ofereça alternativas, em vez de simplesmente dizer não. (Você pode continuar brincando aqui se fizer silêncio, senão tem que brincar lá fora.)
v  Procure misturar elogios com repreensões, boas notícias com más notícias.
· Não exagere com relação às conseqüências de um mau ato;
· Invoque o lado bom da criança sempre que ela se comporta mal;
· Mencione algo agradável que a criança possa desejar;
v  Peça desculpas sempre que fizer algo errado. Não embarace ou humilhe seu filho.
v  Dê o bom exemplo. As crianças aprendem o que vêem. Evite o elogio do indesejável. (Deixa eu tomar um wiskinho pra relaxar!)
v  Busque auxílio quando as coisas fugirem ao seu controle.
v  Eduque em vez de emitir ordens: Se você segurar o gato assim ele pode se machucar!, em vez de Solte esse gato!
Dando Ordens que Funcionam:
v  Certifique-se de que a criança pode escutá-lo e que o está fazendo.
v  Torne divertida a hora de parar uma brincadeira: (Hora de guardar os brinquedos! Vamos juntar tudo que é vermelho! Agora tudo que é azul!)
v  Não apresente suas ordens como uma pergunta.
v  Evite enunciar ordens como solicitação de favor.
v  Procure utilizar sempre o mesmo tom de voz para emitir ordens.
v  Evite mais de duas ordens ao mesmo tempo.
v  Se possível e apropriado, inclua um incentivo junto com a ordem, mas evite o suborno do “se”.
·    É hora de ir para a cama, e então eu posso contar uma história.
·       Filho, me ajude aqui para que eu possa começar a preparar a sua janta.
v  Tenha sempre coerência e constância nas ordens.
v  Dê avisos com antecedência (Daqui a 10 minutos vou servir a janta. Vão se preparando.)
Administrando Pedidos Insistentes:
v  Converse com a criança sobre a saída de casa com antecedência (dez minutos antes).
v  Antes de entrar numa loja, se for adequado, concorde em dar uma coisa especial para a criança e mantenha-se firme.
v  Invente um jogo durante as compras.
v  Surpreenda a criança com uma prenda especial quando ela está inquieta.
v  Dê à criança uma certa quantia para gastar.
v  Envolva seu filho ao máximo durante suas compras. Peça sua ajuda ativa.
Administrando Ataques Histéricos:
v  Investigue e resolva a causa: fome, fadiga, desconforto ou doença.  Se for realmente manha:
v  Distraia a criança. (Olha só o que eu achei aqui na bolsa!!!)
v  Ignore se ela não se distrair (Se você quiser ficar fazendo manha, o problema é seu, eu nem vou dar bola...)
v  Isole - dê um tempo de castigo (Eu já pedi para parar. Você está sendo muito desobediente, por isso quero que vá para o canto de castigo.)
v  Registre as circunstâncias, para evitar repetições desnecessárias do embate emocional.
Ensine à criança um melhor modo de comportamento. Expresse seus sentimentos verdadeiros e deixe a criança saber como você se sente em cada circunstância. Isso geralmente tem mais efeito do que ordens ou argumentos vazios (Estou cansada e gostaria de ir para casa!).



Módulo 5
Os Fundamentos da Formação do Caráter
v  Nosso Caráter Total, ou seja, aquilo que somos, é um complexo resultado da combinação de três componentes básicos, que são o Caráter Herdado, o Caráter Inato e o Caráter Adquirido.
v  O Caráter Herdado tem a ver com nossa herança genética. É aquela índole que nos foi transmitida pelas gerações que nos precederam e que transmitiremos às que nos sucederão. Ele é determinado na fecundação, pela combinação dos 23 cromossomos da mãe com os 23 do pai. Isso gera um novo ser humano, único em todo o universo. O caráter herdado tem a ver não apenas com características físicas, mas também psicológicas e emocionais.
v  O Caráter Inato refere-se àquela índole também congênita, mas que não depende da herança genética. Ele é determinado pelas condições de fecundação e gestação e influências pré-natais. Doenças da mãe, seus hábitos (alimentação, cigarro, álcool) e seu estado de espírito influenciam a formação do bebê.
v  O Caráter Adquirido, ou Personalidade, é fruto da relação com os pais, das experiências vividas, da educação, da sociedade, cultura e religião, bem como das decisões tomadas no processo de individuação. O caráter adquirido é a parte maleável do ser humano, especialmente até a puberdade.
v  Pesquisas realizadas com recém-nascidos no berçário identificaram nove traços de caráter que variam desde o nascimento: 1) Nível de atividade, 2) Ritmo/ Regularidade, 3) Aproximação ou afastamento, 4) Adaptabilidade, 5) Intensidade de Reação, 6) Limiar Sensorial, 7) Ânimo (Qualidade da disposição), 8) Desvio de atenção, 9) Persistência e amplitude de atenção
v  Os traços de caráter congênitos (herdados e inatos) acham-se profundamente enraizados e “os desenvolvimentos posteriores dos padrões e traços básicos são mais uma expansão e suplemento do que uma metamorfose. São mais evolucionistas do que revolucionários.”1
v  O caráter congênito pode ser lapidado pela educação, mas tentar mudar a natureza e o temperamento da criança apenas levarão à frustração e dissabores. A criança deve ser amada pelo que é, como pedras preciosas diferentes são valorizadas por sua cor e brilho característicos.
v  O caráter congênito é criação de Deus e, portanto, absolutamente bom. “Na Criação não existe o mal, tudo é bom.”4 As emoções, características e tendências inatas dos seres humanos são boas por natureza.
v  Ainda que os componentes congênitos do caráter marquem a personalidade adulta, a influência da educação e das experiências de vida são extraordinárias. “É por seu intermédio que o ignorante adquire conhecimentos e o covarde valor, assim como o ramo torto se endireita mediante cultivo... e a flor de cinco pétalas vem a ter centenas.”7
v  O Caráter Adquirido depende da aquisição de conhecimentos, habilidades, atitudes e qualidades (virtudes). “A causa fundamental do mau procedimento é a ignorância... O bom caráter tem de ser ensinado.”8
v  “Os fundamentos da personalidade (caráter adquirido)... somente são sólidos e bons quando os pais percebem e satisfazem as necessidades somáticas, psicológicas e cognitivas de seus filhos e quando seus cuidados são afetuosos e sua orientação é gentil.”2
v  “A qualidade básica da vida inteira de uma criança é determinada pelas ações da mãe durante os três primeiros anos de vida.”3
v  A educação e o uso do livre-arbítrio é que determinarão o perfil moral dos traços de caráter. “É da capacidade adquirida que surge o mal... Só quando o homem usa suas qualidades naturais de um modo ilegítimo é que estas se tornam censuráveis.”5
v  Os maus traços de caráter são reações violentas contra a frustração das nossas necessidades, emoções e capacidades intrínsecas... “A natureza humana está muito longe de ser tão má quanto se pensava.”6
v Referências:
1). Pikunas, Justin. Desenvolvimento Humano. São Paulo, McGraw-Hill, 1979. P.198. 2). Id. Ibid. P.205. 3). White, B.L. Apud. Pikunas, op. cit. P.203. 4). Ábdu’l-Bahá. O Esplendor da Verdade. São Paulo, Record, 1975. P.180-1. 5). Id. Ibid. 6). Maslow, Abraham. Introdução à Psicologia do Ser. Rio de Janeiro, Eldorado, 1968. P.28.m 7). Ábdu’l-Bahá. Op. Cit. P.179. 8). Ábdu’l-Bahá. Educação Bahá’í. Rio de Janeiro, Bahá’í, 1981.



Módulo 6
Crer para Ver:
Como a Imagem que Temos de Nossos Filhos Determina Seu Futuro
v  A forma como os adultos, especialmente pais e professores, encaram suas crianças exerce uma influência poderosa sobre a imagem que elas formam de si mesmas e de suas habilidades.
v  Pesquisas demonstraram que as atitudes dos adultos em relação às crianças são as causas, não as conseqüências, do comportamento delas.
v  Há evidências claras de que pais e professores formam seus conceitos sobre as crianças bem cedo, e que, uma vez estabelecidas, essas atitudes tendem a se auto-perpetuar, sendo muito difíceis de serem alteradas.
v  Inúmeros estudos demonstraram que crianças cujos pais (ou professores) acreditam que elas terão êxito na vida realmente saem-se muito bem nas coisas em geral. Quando as expectativas em relação ao desempenho acadêmico e comportamental são negativas, um desempenho negativo se segue. Em suma: quando você espera o bem, ele acontece. Se você espera o mal, ele também vem. Crer para ver!
v  Nossas crenças e atitudes reais em relação às crianças “vazam” para elas através da linguagem não-verbal. Alguns sinais são tão sutis que exercem seu poderoso efeito apenas abaixo do nível de consciência.
v  Pais e professores que têm uma imagem positiva das crianças passam mensagens não-verbais muito mais carinhosas e positivas: sentam-se mais perto da criança, sorriem mais e mantêm o contato visual por mais tempo. Pequenos detalhes no movimento das sobrancelhas, dos lábios e da testa, bem como no tom de voz, na postura e gesticulação, transmitem mensagens ou de aceitação e encorajamento ou de rejeição e desagrado.
v  As mensagens não-verbais não são controladas conscientemente, mas são expressões naturais das convicções dos adultos em relação às crianças. Se você nutre um determinado sentimento em relação a uma criança você irá transmiti-lo a ela, não importa quão seriamente tente disfarçá-lo.
v   Sabemos que todas as crianças têm o potencial para um comportamento positivo e uma atitude cooperativa. Quando criamos dentro de nós uma imagem positiva de cada uma das crianças, e da relação entre elas, e quando agimos embasados nessa imagem, evocamos nelas uma auto-imagem e comportamentos positivos.
v  A necessidade de medidas disciplinadoras será grandemente diminuída se você focalizar as coisas positivas e, no fundo do coração, esperar que elas aconteçam.
v  Exercite a imagem positiva a respeito das crianças regularmente: mentalizando, dialogando com o cônjuge, escrevendo, ou orando. Questione suas crenças sobre o “mal” inato de algumas crianças, ou sobre elas “não terem jeito” e destrua-as.
v  Mentalize a criança no futuro, como um jovem adulto, ou mesmo com mais idade, e imagine todas as coisas boas que puder sobre ela naquela fase da vida: veja-a feliz, cercada de familiares e amigos, sorridente, respeitada na sociedade, com boa índole, honesta e responsável. Crie o quadro mental mais vívido possível. Crer para ver!
v  As bases da auto-estima estão no sincero carinho e aceitação que as crianças recebem dos adultos ao seu redor. Carinho e aceitação sinceros significam amar a criança incondicionalmente, pelo que ela é, mesmo que seu comportamento não seja adequado.
v  Se uma criança percebe (e elas sempre percebem!) que seus pais ou professores gostariam que ela fosse “diferente”, ela geralmente interpreta isso em termos de “Eles gostariam de ter outro filho (aluno), que não eu”. Isso gera uma angústia básica que leva a criança ou a ser subserviente, ou a ser desafiadora. De qualquer forma, seu desenvolvimento emocional será afetado negativamente.
v  A única maneira de mudar o comportamento inadequado, é o amor incondicional pela criança, mas deixando claro que alguns de seus comportamentos não são apreciados ou tolerados.
v  Crie dentro de si uma imagem positiva poderosa da criança como uma pedra preciosa, que precisa lapidação para brilhar. Ou uma planta encantadora, que exige cuidado permanente para florescer e desabrochar da melhor maneira.
v  Se você for religioso, ou espiritualista, utilize a oração e a meditação para pedir a Deus por seus filhos ou alunos. Permita que as palavras das escrituras sagradas criem raízes em seu coração e sua consciência, e entregue a Deus o cuidado de seus filhos, implorando por guia e ajuda para conduzi-los no caminho certo.



Módulo 7
A Magia do Reforço Positivo no Lar
v  Quatro fatores dão origem ao otimismo ou ao pessimismo e à depressão: 1) herança genética, 2) pessimismo dos pais, 3) críticas pessimistas da parte de adultos significativos e 4) experiências de sucesso ou de desamparo durante a vida.
v  A forma como as crianças explicam os infortúnios e as venturas da vida - seu estilo explanatório - é um hábito mental com profundas repercussões na forma como irão se sentir e se comportar durante toda a vida.
v  O estilo explanatório é uma teoria da realidade que afeta nossas emoções, auto-estima, desempenho, perseverança, saúde, e nossa capacidade de superar crises e dificuldades e de ser feliz e ter sucesso.
v  O estilo explanatório trabalha com três dimensões de entendimento: 1) permanência (tempo), 2) difusão (espaço interior) e 3) personalização (responsabilidade/culpa). O pessimismo vê os infortúnios como permanentes (sempre e nunca), generalizados (“tudo” e “nada”) e de responsabilidade exclusiva da pessoa.
v  O cadinho onde o otimismo da primeira infância é forjado é a ação exitosa. Para isso a criança precisa, ajudada por pais conscientes, criar o hábito de perseverar face a desafios e obstáculos, como aprender a caminhar, jogar bola, realizar tarefas de higiene, etc.
v  Quando a criança entra na escola, a fonte do otimismo ou do pessimismo muda das experiências de ação exitosa para a maneira como a criança pensa, especial-mente quando fracassa em alguma coisa.
v  Pesquisas demonstraram que pais e professores tendem a criticar de forma diferente os meninos e as meninas quando falham no estudo. Meninas recebem mensagens que enfocam sua falta de habilidade e talento. Meninos são criticados por falta de esforço, atenção e disciplina.
v  Pesquisas mostraram que a auto-estima dos filhos é maior quando os pais estabelecem e fazem cumprir regras e limites claros. Quanto maior a liberdade dos filhos, mais baixa sua auto-estima.
v  É impossível que as crianças se sintam bem sem que aprendam a agir bem. A auto-estima e a felicidade são efeitos colaterais da capacidade de vencer os desafios, trabalhar com sucesso, superar as frustrações e o aborrecimento, e vencer.
v  Para que uma criança tenha sucesso e desenvolva auto-estima é necessário que ela experimente o fracasso, que se sinta mal e tente novamente, até ter êxito. Nenhum desses passos pode ser dispensado. O fracasso e o sentir-se mal são elementos necessários para finalmente obter o sucesso e sentir-se bem.
v  Se tentarmos amenizar os fracassos com mensagens consoladoras de piedade, estaremos privando as crianças da possibilidade de sucesso e de elevada e sólida auto-estima.
v  Compreenda a diferença entre “elogio” e “encorajamento”. Elogios dependem de uma conquista, de um êxito ou sucesso. Mas o encorajamento é incondicional. Ele aceita e apóia a pessoa independentemente do resultado de seus esforços.
v  O encorajamento enfoca mais o esforço do que o resultado.  Ajude a criança através de perguntas que reenfocam a questão de forma positiva: “Que tal foi o jogo? O que foi legal, mesmo que o resultado não tenha sido o que você esperava? O que você aprendeu?” Ou: “Entendo que você se sente chateado, mas também confio na sua capacidade de encontrar uma saída para essa situação”.
v  Quando os adultos simplesmente elogiam as crianças, elas podem se tornar dependentes de estímulos externos para se sentirem bem. E outras pessoas podem criticá-las, ou elas podem não acreditar nos elogios, por elevada autocrítica.
v  Um fundamento firme e saudável para a auto-estima, portanto, é aquele encorajamento que ajuda a criança a ver os erros e falhas como oportunidades preciosas para aprender.
v  As crianças necessitam ter a capacidade de assumir a responsabilidade de forma realista, nem colocando toda a culpa automaticamente sobre si nem sobre os outros.
v  Também necessitam aprender a utilizar a auto-acusação comportamental ao invés da auto-acusação generalizadora. A auto-acusação generalizadora dá explicações permanentes e difusas para a culpa pessoal, enquanto que a comportamental enfoca a culpa em termos temporários e específicos.
v  Quando for necessário, repreenda a criança focalizando as causas pessoais, temporárias e específicas que causaram a falta, e evite condenar o caráter ou a habilidade da criança. Nunca exagere na repreensão.



Módulo 8
Prevenção e Resolução Pacífica de Conflitos
v  Um ambiente de paz, amor, aceitação e alegria não surge por mágica. Ele é criado através de conhecimentos, habilidades, atitudes e qualidades voltadas para a paz em vez do conflito.
v  A prevenção e a resolução pacífica de conflitos depende de cooperação, calma e da disposição para resolver as discordâncias; da habilidade para trabalhara de forma cooperativa para resolver problemas, de amor e aceitação e da habilidade de dizer: “Errar é humano. Cometi um erro. Vou tentar de novo.”
v  A construção da paz depende da aceitação de si mesmo e dos outros, da comunicação eficaz, da habilidade para resolver conflitos e da aceitação e valorização das diferenças.
v  Estabelecer limites razoáveis e em consulta com as crianças, definindo a “constituição do lar”, ajuda a prevenir conflitos. Definam os “nunca”, os “as vezes” e os “sempre”, de acordo com a idade das crianças. Algumas regras precisam ser modificadas conforme as circunstâncias, como férias, doença ou viagem.
v  O auto-conceito positivo é a chave fundamental para uma atitude pacífica. Ele influencia todos os nossos pensamentos, palavras, ações, interações e reações. Para prevenir os conflitos no lar ou escola, busque seguir estas diretrizes gerais:
1)    Crie dentro de si uma imagem positiva de si mesmo, de cada uma das crianças e da relação entre elas. Todos os estudos demonstram que as crianças cumprem o que esperamos delas: se nossa imagem for positiva, elas irão se comportar positivamente. Exercite a imagem positiva regularmente: mentalizando, dialogando com o cônjuge, escrevendo, ou orando. Crer para ver!
2)    Transmita regularmente carinho através do olhar, do toque e da atenção concentrada. Toda criança necessita regularmente da atenção de qualidade de cada um dos pais. As pesquisas demonstram que 20 minutos de atenção diária reduz muito a agressividade. Adolescentes podem preferir períodos maiores, menos vezes por semana.
3)    Utilize Afirmações Positivas regularmente. Elas devem enfocar todo os comporta-mentos ou atitudes dignos de louvor e precisam ser sinceras e específicas para serem eficazes. Ao invés de dizer: “Você é um menino tão querido!”, diga: “Achei maravilhosa a forma carinhosa como você tratou seu colega na hora do lanche!”
4)    Elogie a criança no momento em que percebê-la fazendo algo certo. Procure focalizar o comportamento positivo mais do que o negativo como um hábito de vida. As crianças necessitam de atenção e irão sempre se comportar mal se isso atrair mais atenção do que o bom comportamento. Note e elogie o positivo no ato.
v  Crianças brigam entre si basicamente por três razões: 1) Busca de atenção dos pais, 2)Busca de companhia, 3)Busca de poder.
v  Brigas para chamar a atenção dos pais:   1) Dê a cada criança algum tempo especial por dia.  2) Reconheça a singularidade e individualidade de cada criança. 3) Ensine as crianças a solicitarem atenção construtivamente. 4) Visualize a criança se comportando da maneira como você deseja.
v  Brigas em busca de companhia:  1) Estruture o ambiente para reduzir o conflito.  2) Ensine as crianças a reconhecer os sentimentos alheios.  3) Ensine a criança a como envolver os outros.  4) Busque companheiros adicionais.
v  Brigas por busca de poder:  1) Não julgue nem acuse se não viu tudo o que se passou.  2) Ofereça à criança afirmações adequadas à idade.  3) Encoraje negociações em que am­bos vençam.  4) Estabeleça limites adequados à idade.
v  Quando um conflito já está instaurado, procure usar as seguintes soluções, de acordo com as circunstâncias:
1)    Ignore: muitas vezes os conflitos acabam sem precisar de envolvimento paterno.
2)    Reestruture o ambiente: remova  ou acrescente coisas, ou altere sua disposição.
3)    Dê alternativas: “Pedro e João, escolham! Ou vocês param de brigar ou terão de guardar o jogo.”
4)    Faça solicitações: “Este barulho não está me deixando concentrar. Quero que vocês brinquem bem quietinhos agora, por favor!”
5)    Encoraje a negociação: 1) acalmar-se, 2) identificar o problema (frases com “eu”), 3) buscar alternativas “ganha-ganha” e tomar decisões, 4) Afirmar, perdoar ou agradecer.
6)    Dê ordens diretas ou imponha um tempo de “sossego”: “Parece que estão precisando um descanso um do outro! Pedro, você senta na cozinha. Paulo, você senta no sofá. Quando quiserem brincar de novo, sem brigar, podem começar o jogo outra vez!”



Módulo 9
A Manutenção dos Relacionamentos Através da Consulta
v  Muitos pais sofrem de distorções na noção do que significa ser um "bom pai". As mais comuns são:
·Fazer tudo pela criança. Pode ser causada pela compensação de sentimentos de culpa, descrença na capacidade do filho, percepção exagerada da fragilidade da criança devido a problema ou enfermidade passados ou presentes, ou porque os pais precisam se sentir úteis.
·Dar tudo para a criança. Significa não apenas dar coisas materiais, mas também a atitude geral de renúncia, em que as vontades ou necessidades das crianças são sempre colocadas em primeiro plano. Pode encobrir intensos sentimentos de culpa, ou compensar frustrações dos pais. Mas a criança acaba sendo "cobrada" de formas inadequadas: pode ser muito exigida, ou ter que aumentar a auto-estima dos pais como um "cartão de visitas" deles,
v  A exigência exagerada em relação a nós mesmos como pais pode nos fazer prisioneiros de eternos sentimentos de culpa: "Como fui fazer isso?", "Eu não podia ter deixado isso acontecer.", "Ele está sofrendo assim só por culpa minha.", etc. Tais sentimentos não ajudam no trato com as crianças, impedindo muitos pais de ser firmes quando necessário e prejudicando-os na utilização do amor, da intuição, da espontaneidade e do bom-senso, essenciais no processo criativo de educação dos filhos.
v  Há também algumas crenças infundadas que geram tensões difíceis de lidar que acabam prejudicando o relacionamento. Eis alguns:
·    Mito da normalidade: achar que uma criança normal não tem problemas, nem ansiedades, nem conflitos ou dificuldades.
·    Mito da solução ideal: esperar uma fórmula mágica que garanta que tudo vá correr bem.
·    Mito da harmonia perfeita e eterna no relacionamento familiar.
·    Mito dos irmãos unidos: leva os pais a intervir mais do que necessário e adequado.
·    Mito de que quando se ama alguém não se pode sentir raiva ou irritação.
v  A melhor maneira de buscar soluções adequadas para os problemas sempre renovados da vida em família é a consulta. A consulta é um processo utilizado para provocar alguma mudança com o objetivo de alcançar algum propósito definido.
v  A consulta se dá através do diálogo estruturado de modo a cumprir certos requisitos, condições e formas de expressão.
v  É fundamental que a consulta seja um ato de amor, de busca da verdade e de harmonização das discordâncias através da unidade na diversidade.
v  Durante a consulta, cada um dos participantes precisa empenhar-se para agir com devoção, cortesia, dignidade, cuidado e moderação, ao mesmo tempo em que expressa suas opiniões e sentimentos com toda a franqueza. Todos esses elementos são fundamentais, como uma receita de bolo. Sem eles não há resultado adequado.
v  O primeiro objetivo da consulta é chegar a uma compreensão do problema. Para isso cada um deve buscar a verdade, e expressar seus pensamentos com toda a liberdade. Se a liberdade de qualquer membro for tolhida, a verdade ficará oculta. O mesmo ocorrerá se houver insistência na própria opinião, ou antagonismo, ou rancor.
v  O segundo objetivo é tomar uma decisão que acomode a situação da melhor forma para todos. Ninguém tem o direito de menosprezar as idéias dos demais, nem de se sentir ofendido se a sua idéia não é acatada. As idéias não pertencem a quem as deu, mas ao grupo. Não há derrotados. Todos são vencedores ao tomarem uma decisão que pareça a mais adequada para o momento.
v  É bom revezar momentos de consulta formais, que devem ser sempre alegres e animados, plenos de intimidade familiar, com momentos de consulta espontânea.
v   As consultas formais, ou conferências familiares, devem ser realizadas com regularidade, mas não são momentos para sermões ou ajustes de contas, mas sim para compartilhar, planejar e animar.
v  Uma vez tomada uma decisão, deve-se colocá-la em prática com confiança e flexibilidade. Todos devem se esforçar para que ela se torne realidade. Caso seja evidente que uma mudança de rumo se faz necessária, isto deverá ser fruto de nova consulta e novo acordo coletivo.
v  Estabeleçam as normas do lar regularmente.

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